Livro de Amós

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Livro da Bíblia

O Livro de Amós é o terceiro dos Doze Profetas Menores do Antigo Testamento (Tanakh) e o segundo na tradição da Septuaginta grega. Amos, um contemporâneo mais velho de Oséias e Isaías, era ativo c. 750 aC durante o reinado de Jeroboão II (788–747 aC) de Samaria (também conhecido como norte de Israel), tornando Amós o primeiro livro profético da Bíblia a ser escrito. Amós viveu no reino de Judá, mas pregou no reino do norte de Israel. Seus principais temas de justiça social, onipotência de Deus e julgamento divino tornaram-se elementos básicos da profecia.

Estrutura

Citação de Amos em um selo israelense: "E eu os plantarei em sua terra, e eles não serão mais retirados de sua terra que eu lhes dei."
Papiro Oxyrhynchus 846: Amos 2 (LXX)

Segundo Michael D. Coogan, a estrutura de Amos é a seguinte:

  • Oráculos contra as nações (1:3-2:6)
  • Oráculo sobre profecia (3:3-8)
  • Endereços para grupos em Israel
    • Mulheres de Samaria (4:1–3)
    • Pessoas ricas em Samaria (6:1–7)
    • Povo rico em Jerusalém (8:4–8)
  • Cinco visões do julgamento de Deus sobre Israel, interrompidas por um confronto entre Amos e seus ouvintes em Betel (7:10-17):
    • Gafanhotos (7:1–3)
    • Fogo (7:4–6)
    • Uma linha de ameixa (7:7–9)
    • Uma cesta de frutas (8:1–3)
    • Deus ao lado do altar (9:1–8a)
  • Epilogo (9:8b–15)

Resumo

O livro abre com uma nota histórica sobre o profeta, depois um pequeno oráculo anunciando o julgamento de Javé (repetido no Livro de Joel). O profeta denuncia os crimes cometidos pelas nações gentias (não-judaicas), e diz a Israel que até eles pecaram e são culpados dos mesmos crimes, e relata cinco visões simbólicas que profetizam a destruição de Israel. Incluídos nisso, sem ordem aparente, estão um oráculo sobre a natureza da profecia, trechos de hinos, oráculos de aflição, uma narrativa em prosa em terceira pessoa sobre o profeta e um oráculo prometendo a restauração da Casa de Davi, que não havia ainda caído na vida de Amós.

Composição

Amós profetizou durante o reinado de Jeroboão II de Israel e de Uzias de Judá, o que o coloca na primeira metade do século VIII aC. De acordo com a inscrição do livro (Amós 1:1), ele era de Tekoa, uma cidade em Judá ao sul de Jerusalém, mas sua missão profética era no reino do norte. Ele é chamado de "pastor" e um "cômoda de plátanos", mas as qualidades literárias do livro sugerem um homem educado em vez de um fazendeiro pobre.

Os estudiosos há muito reconhecem que Amós utilizou um antigo hino em sua profecia, cujos versículos são encontrados em 4:13, 5:8–9, 8:8 e 9:5–6. Este hino é melhor entendido como louvando a Javé por seu julgamento, demonstrado em seu poder destrutivo, em vez de louvar a criação. A bolsa de estudos também identificou 'Sumerian City Lament' (SCL) dentro de Amós e particularmente o hino, oferecendo a possibilidade de que Amos tenha usado SCL como um modelo literário para sua profecia da destruição de Jerusalém. O hino de Amós também foi discutido em termos de uma 'maldição da aliança' que foi usado para alertar Israel sobre as consequências de quebrar a aliança e, em particular, uma 'maldição da aliança do Dilúvio' motivo, identificado pela primeira vez por D.R. Hillers. Estudos recentes mostraram que o hino de Amós é um texto narrativo antigo, identificou um novo verso em 7.4; e comparou o hino com o relato do Dilúvio de Gênesis e Jó 9:5–10.

Temas

A ideia central do livro de Amós é que Deus coloca seu povo no mesmo nível das nações vizinhas – Deus espera a mesma pureza de todos eles. Como acontece com todas as nações que se levantam contra o reino de Deus, nem mesmo Israel e Judá estarão isentos do julgamento de Deus por causa de sua idolatria e conduta injusta. A nação que representa Javé deve ser purificada de qualquer coisa ou pessoa que profana o nome de Deus; seu nome deve ser exaltado.

Amos é o primeiro profeta a usar o termo "o Dia do Senhor." Esta frase se torna importante dentro da futura literatura profética e apocalíptica. Para o povo de Israel "O Dia do Senhor" é o dia em que Deus lutará contra seus inimigos, e será um dia de vitória para Israel. No entanto, Amós e outros profetas incluem Israel como inimigo de Deus, pois Israel é culpado de injustiça para com os inocentes, pobres e mulheres jovens. Para Amós "O Dia do Senhor" será um dia de perdição.

Outras ideias importantes propostas no livro de Amós incluem: justiça e preocupação com os desfavorecidos, e que Javé é Deus de todas as nações (não apenas de Israel), e também é o juiz de todas as nações, e também é um Deus de retidão moral. Também que Javé criou todas as pessoas, e a ideia de que a aliança de Israel com Deus não os isentou da responsabilidade pelo pecado; bem como que Deus elegeu e libertou Israel para que ele fosse conhecido em todo o mundo. E que se Deus destruir os injustos, um remanescente permanecerá, e que Deus é livre para julgar se deve redimir Israel.

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