Capoeira

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Arte marcial afro-brasileira

Capoeira (Pronúncia do português: [kapuˈe(j)ɾɐ]) é uma arte marcial afro-brasileira que combina elementos de dança, acrobacia, música e espiritualidade. Nascida do caldeirão de africanos escravizados, indígenas brasileiros e influências portuguesas no início do século XVI, a capoeira é uma forma de arte em constante evolução. É conhecido por suas manobras acrobáticas e complexas, muitas vezes envolvendo mãos no chão e chutes invertidos. Ele enfatiza movimentos fluidos em vez de posturas fixas; a ginga, um passo de balanço, costuma ser o ponto focal da técnica. Embora debatida, a origem mais aceita da palavra capoeira vem das palavras tupi ka'a ("floresta") paũ ("redondo"), referindo-se às áreas de vegetação rasteira do interior brasileiro onde escravos fugitivos se escondiam. O praticante da arte é chamado de capoeirista (pronúncia do português: [kapue(j)ˈɾistɐ]).

Apesar de muitas vezes ser considerada uma arte marcial disfarçada de dança, a capoeira servia não apenas como uma forma de autodefesa, mas também como uma forma de manter a espiritualidade e a cultura. Logo após a abolição da escravatura no Brasil em 1888, a capoeira foi declarada ilegal em 1890. No entanto, no início dos anos 1930, Mestre Bimba criou uma forma de capoeira que reteve seus elementos espirituais e incorporou elementos de jiu jitsu, ginástica e esportes. Ao fazer isso, o governo via a capoeira como um esporte socialmente aceitável. No final dos anos 1970, pioneiros como Mestre Acordeon começaram a trazer a capoeira para os Estados Unidos e Europa, ajudando a arte a se tornar internacionalmente reconhecida e praticada. Em 26 de novembro de 2014, a capoeira recebeu um status de proteção especial como patrimônio cultural imaterial da UNESCO.

História

Origens

Pintura de capoeirista luta no Brasil c. 1824 por Augustus Earle

No século XVI, Portugal reclamava um dos maiores territórios dos impérios coloniais, mas faltava gente para o colonizar, sobretudo trabalhadores. Na colônia brasileira, os portugueses, como muitos colonos europeus, optaram por usar a escravidão para construir sua economia.

No seu primeiro século, a principal atividade econômica da colônia era a produção e beneficiamento da cana-de-açúcar. Os colonos portugueses criaram grandes fazendas de cana-de-açúcar chamadas "engenhos", literalmente "motores" (da atividade econômica), que dependia do trabalho dos escravos. Os escravos, vivendo em condições desumanas, eram forçados a trabalhar duro e muitas vezes sofriam castigos físicos por pequenas infrações.

Embora os escravos muitas vezes superassem os colonos, as rebeliões eram raras devido à falta de armas, duras leis coloniais, divergências entre escravos vindos de diferentes culturas africanas e falta de conhecimento sobre a nova terra e seus arredores.

A capoeira surgiu como um produto da tradição angolana do "Engolo" mas passou a ser aplicado como um método de sobrevivência que era conhecido dos escravos. Era uma ferramenta com a qual um escravo fugido, completamente desequipado, poderia sobreviver na terra hostil e desconhecida e enfrentar a caça dos capitães-do-mato, os agentes coloniais armados e montados que foram acusados de encontrar e capturar fugitivos.

Conforme o Brasil se tornou mais urbanizado nos séculos 17 e 18, a natureza da capoeira permaneceu basicamente a mesma. No entanto, a natureza da escravidão diferia daquela nos Estados Unidos. Como muitos escravos trabalhavam nas cidades e ficavam a maior parte do tempo fora da supervisão do mestre, eles seriam encarregados de encontrar trabalho para fazer (na forma de qualquer trabalho manual) e, em troca, pagariam ao mestre um parte do dinheiro que ganhavam. É aqui que a capoeira era comum, pois criava oportunidades para os escravos praticarem durante e depois do trabalho. Embora tolerado até 1800, isso rapidamente se tornou criminalizado devido à sua associação com ser africano, bem como uma ameaça ao atual regime dominante.

Quilombos

Zumbi (1927) por Antônio Parreiras

Logo vários grupos de escravizados que se libertaram se reuniram e estabeleceram assentamentos, conhecidos como quilombos, em locais remotos e de difícil acesso. Alguns quilombos logo aumentariam de tamanho, atraindo mais escravos fugitivos, nativos brasileiros e até europeus fugindo da lei ou do extremismo cristão. Alguns quilombos cresceriam em tamanho enorme, tornando-se um verdadeiro estado multiétnico independente.

A vida cotidiana em um quilombo oferecia liberdade e a oportunidade de reviver culturas tradicionais longe da opressão colonial. Nesta espécie de comunidade multiétnica, constantemente ameaçada pelas tropas coloniais portuguesas, a capoeira evoluiu de uma ferramenta de sobrevivência para uma arte marcial voltada para a guerra.

O maior quilombo, o Quilombo dos Palmares, era formado por muitas aldeias que duraram mais de um século, resistindo a pelo menos 24 pequenos ataques e 18 invasões coloniais. Os soldados portugueses às vezes diziam que era preciso mais de um dragão para capturar um guerreiro quilombola, pois eles se defendiam com uma técnica de luta estranhamente comovente. O governador da província declarou que "é mais difícil derrotar um quilombo do que os invasores holandeses"

Urbanização

Em 1808, o príncipe e futuro rei Dom João VI, junto com a corte portuguesa, fugiu para o Brasil da invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão. Anteriormente explorada apenas por seus recursos naturais e colheitas de commodities, a colônia finalmente começou a se desenvolver como nação. O monopólio português efetivamente chegou ao fim quando os portos brasileiros abriram para o comércio com nações estrangeiras amigas. Essas cidades cresceram em importância e os brasileiros conseguiram permissão para fabricar produtos comuns antes obrigados a serem importados de Portugal, como o vidro.

Registros de práticas de capoeira existem desde o século XVIII no Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Devido ao crescimento da cidade, mais pessoas escravizadas foram trazidas para as cidades e o aumento da vida social nas cidades tornou a capoeira mais proeminente e permitiu que ela fosse ensinada e praticada entre mais pessoas. Como a capoeira era frequentemente usada contra a guarda colonial, o governo colonial no Rio tentou suprimir a arte marcial e estabeleceu punições físicas severas para sua prática, incluindo caçar praticantes e matá-los abertamente.

Amplos dados de registros policiais de 1800 mostram que muitos escravos e negros livres foram detidos por praticar capoeira:

"De 288 escravos que entraram na prisão de Calabouço durante os anos 1857 e 1858, 80 (31%) foram presos por capoeira, e apenas 28 (10,7%) por fugir. De 4.303 detenções na prisão policial do Rio em 1862, 404 detidos - quase 10% - foram presos por capoeira."

Fim da escravidão e proibição da capoeira

Lei Dourada, 1888.

No final do século XIX, a escravidão estava prestes a deixar o Império do Brasil. As razões incluíam crescentes ataques de milícias quilombolas em plantações que ainda usavam escravos, a recusa do exército brasileiro em lidar com fugitivos e o crescimento de movimentos abolicionistas brasileiros. O Império tentou amenizar os problemas com leis restritivas à escravidão, mas finalmente o Brasil reconheceria o fim da instituição em 13 de maio de 1888, com a lei denominada Lei Áurea, sancionada pelo parlamento imperial e assinado pela Princesa Isabel.

No entanto, os ex-escravos livres agora se sentiam abandonados. A maioria deles não tinha onde morar, não tinha emprego e era desprezada pela sociedade brasileira, que geralmente os via como trabalhadores preguiçosos. Além disso, a nova imigração da Europa e da Ásia deixou a maioria dos ex-escravos sem emprego.

Logo os capoeiristas começaram a usar suas habilidades de maneiras não convencionais. Criminosos e senhores da guerra usavam capoeiristas como guarda-costas e assassinos. Grupos de capoeiristas, conhecidos como maltas, invadiram o Rio de Janeiro. As duas principais maltas eram as Nagoas, compostas por africanos, e as Guaiamuns, compostas por índios negros, mestiços, brancos pobres, e imigrantes portugueses. Os Nagoas e os Guaiamuns foram usados, respectivamente, como força de ataque dos partidos Conservador e Liberal. Em 1890, a recém-proclamada República brasileira decretou a proibição da capoeira em todo o país. As condições sociais eram caóticas na capital brasileira, e relatórios policiais apontavam a capoeira como uma vantagem na luta.

Após a proibição, qualquer cidadão flagrado praticando capoeira, em briga ou por qualquer outro motivo, seria preso, torturado e muitas vezes mutilado pela polícia. Práticas culturais, como a roda de capoeira, eram realizadas em locais remotos com sentinelas para alertar sobre a aproximação da polícia.

Sistematização da arte

Na década de 1920, a repressão da capoeira havia diminuído, e alguns educadores físicos e artistas marciais começaram a incorporar a capoeira como um estilo de luta ou um método de ginástica. O professor Mario Aleixo foi o primeiro a mostrar uma capoeira "revisada, maior e melhor", que misturou com judô, luta livre, jogo do pau e outras artes para criar o que chamou de "Defesa Pessoal" 34; ("Defesa Pessoal"). Em 1928, Aníbal "Zuma" Burlamaqui publicou o primeiro manual de capoeira, Ginástica nacional, Capoeiragem metodizada e regrada, onde também introduziu regras semelhantes às do boxe para a competição de capoeira. Foi muito influente, sendo até mesmo ensinado em academias. Inezil Penha Marinho publicou livro semelhante. Felix Peligrini fundou uma escola de capoeira na década de 1920, com a intenção de praticá-la cientificamente, enquanto o Mestre Sinhozinho, do Rio de Janeiro, foi além em 1930, criando um método de treinamento que despojava a capoeira de todas as suas músicas e tradições no processo de torná-la uma arte marcial completa. arte.

Enquanto esses esforços ajudaram a manter a capoeira viva, eles também tiveram como consequência que a forma pura e não adulterada da capoeira tornou-se cada vez mais rara.

Na mesma época, Mestre Bimba, de Salvador, um capoeirista tradicional com recordes de lutas legais e ilegais, se encontrou com seu futuro aluno Cisnando Lima, um aficionado por artes marciais que havia treinado judô com Takeo Yano. Ambos achavam que a capoeira tradicional estava perdendo suas raízes marciais devido ao uso de seu lado lúdico para entreter os turistas, então Bimba começou a desenvolver o primeiro método sistemático de treinamento de capoeira e em 1932 fundou a primeira escola oficial de capoeira. Aconselhado por Cisnando, Bimba chamou seu estilo de Luta Regional Baiana ("luta regional da Bahia"), porque a capoeira ainda era ilegal no nome. Na época, a capoeira também era conhecida como "capoeiragem", sendo o praticante conhecido como "capoeira", conforme noticiado nos jornais locais. Aos poucos, a arte abandonou o termo para ser conhecida como "capoeira" com um praticante sendo chamado de "capoeirista".

Em 1937, Bimba fundou a escola Centro de Cultura Física e Luta Regional, com autorização da Secretaria de Educação de Salvador (Secretaria de Educação, Saúde e Assistência de Salvador). Seu trabalho foi muito bem recebido, e ele ensinou capoeira para a elite cultural da cidade. Em 1940, a capoeira finalmente perdeu sua conotação criminosa e foi legalizada.

O estilo Regional de Bimba ofuscou os capoeiristas tradicionais, que ainda eram desconfiados pela sociedade. Isso começou a mudar em 1941 com a fundação do Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA) pelo Mestre Pastinha. Localizada no bairro do Pelourinho, em Salvador, esta escola atraiu muitos capoeiristas tradicionais. Com o destaque do CECA, o estilo tradicional passou a se chamar Capoeira Angola. O nome deriva de brincar de angola ("brincar de Angola"), termo usado no século XIX em alguns lugares. Mas também foi adotado por outros mestres, inclusive alguns que não seguiram o estilo de Pastinha.

Embora houvesse algum grau de tolerância, a capoeira desde o início do século 20 começou a se tornar uma forma de dança mais higiênica com menos aplicação marcial. Isso se deveu aos motivos mencionados acima, mas também devido ao golpe militar nas décadas de 1930 a 1945, bem como ao regime militar de 1964 a 1985. Em ambos os casos, a capoeira ainda era vista pelas autoridades como um passatempo perigoso e punível; porém, durante o Regime Militar era tolerada como atividade para estudantes universitários (que nessa época é a forma de capoeira que hoje é reconhecida).

Hoje

A capoeira é uma ativa exportadora da cultura brasileira para todo o mundo. Na década de 1970, mestres de capoeira começaram a emigrar e a ensiná-la em outros países. Presente em vários países de todos os continentes, todos os anos a capoeira atrai milhares de estudantes e turistas estrangeiros ao Brasil. Os capoeiristas estrangeiros trabalham duro para aprender o português para entender melhor e fazer parte da arte. Renomados mestres de capoeira costumam ensinar no exterior e estabelecer suas próprias escolas. As apresentações de capoeira, normalmente teatrais, acrobáticas e com pouca marcialidade, são vistas comuns em todo o mundo.

Em 2014 a Roda de Capoeira foi incluída na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO, a convenção reconheceu que a "roda de capoeira é um lugar onde conhecimentos e habilidades são aprendidos por observação e imitação& #34; e que "promove a integração social e a memória da resistência à opressão histórica".

Técnicas

A capoeira é uma arte marcial rápida e versátil, historicamente focada na luta em desvantagem numérica ou em desvantagem tecnológica. O estilo enfatiza o uso da parte inferior do corpo para chutar, raspar e derrubar seus agressores, usando a parte superior do corpo para auxiliar esses movimentos e, ocasionalmente, atacar também. Ele apresenta uma série de posições complexas e posturas corporais que se destinam a se encadear em um fluxo ininterrupto, para atacar, esquivar e mover sem interromper o movimento, conferindo ao estilo uma imprevisibilidade e versatilidade características.

Animação simples representando parte da Ginga

A ginga (literalmente: balançar para frente e para trás; balançar) é o movimento fundamental da capoeira, importante tanto para o ataque quanto para a defesa. Tem dois objetivos principais. Uma delas é manter o capoeirista em constante movimento, evitando que seja um alvo fácil e parado. A outra, usando também falsificações e fintas, é enganar, enganar ou enganar o adversário, deixando-o aberto para um ataque ou contra-ataque.

Os ataques na capoeira devem ser feitos quando houver oportunidade, e embora possam ser precedidos por fintas ou cutucadas, devem ser precisos e decisivos, como um chute direto na cabeça, rosto ou parte vital do corpo, ou um queda forte. A maioria dos ataques de capoeira são feitos com as pernas, como chutes diretos ou giratórios, rasteiras, tesouras ou joelhadas. Cotoveladas, socos e outras formas de quedas completam a lista principal. O golpe de cabeça é um movimento de contra-ataque muito importante.

A defesa é baseada no princípio da não resistência, ou seja, evitar um ataque usando movimentos evasivos em vez de bloqueá-lo. As esquivas são chamadas de esquivas, que dependem da direção do ataque e da intenção do defensor, e podem ser feitas em pé ou com a mão apoiada no chão. O bloqueio só deve ser feito quando o esquiva estiver totalmente inviável. Essa estratégia de luta permite contra-ataques rápidos e imprevisíveis, a capacidade de focar em mais de um adversário e enfrentar de mãos vazias um adversário armado.

Um movimento de capoeira (Aú Datado) (clique para animação)

Uma série de rolagens e acrobacias (como as cambalhotas chamadas aú ou a posição de transição chamada negativa) permite ao capoeirista superar rapidamente uma queda ou perda de equilíbrio e se posicionar ao redor do agressor para se preparar para um ataque. É essa combinação de ataques, defesa e mobilidade que dá à capoeira sua percepção de "fluidez" e estilo coreográfico.

Armas

Durante a maior parte de sua história no Brasil, a capoeira comumente apresentava armas e treinamento com armas, devido à sua natureza de luta de rua. Os capoeiristas geralmente carregavam facas e armas brancas com eles, e o berimbau poderia ser usado para esconder os que estão dentro, ou mesmo para se transformar em uma arma prendendo uma lâmina em sua ponta. A faca ou navalha era usada em rodas de rua e/ou contra oponentes abertamente hostis, e seria sacada rapidamente para esfaquear ou cortar. Outros esconderijos para as armas incluíam chapéus e guarda-chuvas.

Mestre Bimba incluiu em seu ensino um curso de especialização ou "curso de especialização", no qual os alunos aprenderiam defesa contra facas e armas de fogo, bem como o uso de faca, navalha, foice, clava, chanfolo (punhal de dois gumes), facão (facón ou facão) e tira-teima (cana espada). Ao se formar, os alunos recebiam um lenço vermelho que marcava sua especialidade. Este curso foi pouco usado e foi interrompido depois de algum tempo. Um costume mais comum praticado por Bimba e seus alunos, no entanto, era entregar furtivamente uma arma a um jogador antes de um jogo para que ele a usasse para atacar o oponente no sinal de Bimba, com o o dever do outro jogador é desarmá-los.

Esse treinamento com armas está quase totalmente ausente nos ensinamentos atuais da capoeira, mas alguns grupos ainda praticam o uso de navalhas para uso cerimonial nas rodas.

Como um jogo

Capoeiristas fora

Jogar capoeira é tanto um jogo quanto um método de praticar a aplicação dos movimentos da capoeira em combates simulados. Pode ser jogado em qualquer lugar, mas geralmente é feito em uma roda. Durante o jogo, a maioria dos movimentos de capoeira são usados, mas os capoeiristas geralmente evitam usar socos ou cotoveladas, a menos que seja um jogo muito agressivo.

O jogo geralmente não se concentra em derrubar ou destruir o oponente, mas enfatiza a habilidade. Os capoeiristas geralmente preferem contar com uma queda como uma rasteira, permitindo que o oponente se recupere e volte ao jogo. Também é muito comum desacelerar um chute alguns centímetros antes de atingir o alvo, para que o capoeirista possa impor a superioridade sem a necessidade de ferir o adversário. Se um oponente claramente não consegue se esquivar de um ataque, não há razão para completá-lo. Porém, entre dois capoeiristas habilidosos, o jogo pode ficar bem mais agressivo e perigoso. Os capoeiristas tendem a evitar mostrar esse tipo de jogo em apresentações ou para o público em geral.

Roda

Capoeiristas em um Roda dentada (Porto Alegre, Brasil)

A roda (pronuncia-se [ˈʁodɐ]) é uma roda formada por capoeiristas e instrumentos musicais de capoeira, onde cada participante canta as músicas típicas e bate palmas seguindo a música. Dois capoeiristas entram na roda e jogam o jogo de acordo com o estilo exigido pelo ritmo musical. O jogo termina quando um dos músicos segurando um berimbau o determinar, quando um dos capoeiristas decidir sair ou chamar o fim do jogo, ou quando outro capoeirista interromper o jogo para começar a jogar, seja com um dos jogadores atuais ou com outro capoeirista.

Em uma roda todos os aspectos culturais da capoeira estão presentes, não apenas o lado marcial. Acrobacias aéreas são comuns em uma roda de apresentação, embora não sejam vistas com tanta frequência em uma mais séria. As quedas, por outro lado, são comuns em uma roda séria, mas raramente vistas em apresentações.

Batizado

O batizado (lit. baptism) é uma roda cerimonial onde os novos alunos serão reconhecidos como capoeiristas e ganharão sua primeira formatura. Também alunos mais experientes podem subir de nível, dependendo de suas habilidades e cultura da capoeira. Na Capoeira Regional do Mestre Bimba, batizado era a primeira vez que um novo aluno jogava capoeira seguindo o som do berimbau.

Os alunos entram na roda contra um capoeirista de alto escalão (como professor ou mestre) e normalmente o jogo termina com a queda do aluno. Em alguns casos o capoeirista mais experiente pode julgar a queda desnecessária. Após o batizado é dada a nova formatura, geralmente em forma de cordão.

Apelido

Tradicionalmente, o batizado é o momento em que o novo praticante recebe ou formaliza seu apelido (apelido). Essa tradição foi criada quando a prática da capoeira era considerada crime. Para não ter problemas com a lei, os capoeiristas se apresentavam na comunidade da capoeira apenas pelos apelidos. Assim, se os capoeiristas forem capturados pela polícia, eles não conseguirão identificar seus companheiros capoeiristas, mesmo quando torturados.

Chamada

Chamada significa 'chamada' e pode acontecer a qualquer momento durante uma roda onde o ritmo angola está sendo tocado. Acontece quando um jogador, geralmente o mais avançado, chama seu oponente para um ritual semelhante a uma dança. O oponente então se aproxima do chamador e os encontra para caminhar lado a lado. Depois disso, ambos retomam o jogo normal.

Embora possa parecer um intervalo ou uma dança, a chamada é na verdade uma armadilha e um teste, já que o chamador está apenas observando para ver se o oponente vai baixar a guarda. ela pode realizar uma queda ou um golpe. É uma situação crítica, pois ambos os jogadores estão vulneráveis devido à proximidade e potencial para um ataque surpresa. É também uma ferramenta para praticantes experientes e mestres da arte para testar a consciência de um aluno e demonstrar quando o aluno se deixou aberto ao ataque.

O uso da chamada pode resultar em um senso de consciência altamente desenvolvido e ajuda os praticantes a aprender as sutilezas de antecipar as intenções ocultas de outra pessoa. A chamada pode ser muito simples, consistindo apenas nos elementos básicos, ou o ritual pode ser bastante elaborado incluindo um diálogo competitivo de malandragem, ou mesmo enfeites teatrais.

Volta ao mundo

Volta ao mundo significa ao redor do mundo.

A volta ao mundo ocorre após o término de uma troca de movimentos, ou após uma ruptura na harmonia do jogo. Em qualquer uma dessas situações, um jogador começará a andar pelo perímetro da roda no sentido anti-horário, e o outro jogador entrará na volta ao mundo na parte oposta da roda, antes de retornar ao jogo normal.

Malandragem e mandinga

Malandragem é uma palavra que vem de malandro, que significa pessoa que possui tanto astúcia quanto malícia (malícia). Isso, no entanto, é enganoso, pois o significado de malícia na capoeira é a capacidade de entender as intenções de alguém. Malícia significa usar esse entendimento para desviar alguém quanto ao seu próximo passo. No espírito da capoeira, isso é feito com bom humor, ao contrário do que a palavra pode sugerir. Os homens que usavam a malandragem para ganhar a vida eram chamados de malandros.

Na capoeira, malandragem é a capacidade de entender rapidamente as intenções agressivas de um oponente e, durante uma luta ou jogo, enganar, enganar e enganar.

Da mesma forma, os capoeiristas usam o conceito de mandinga. Mandinga pode ser traduzido como "mágico" ou "feitiço", mas na capoeira um mandingueiro é um lutador esperto, capaz de enganar o adversário. A mandinga é uma qualidade ardilosa e estratégica do jogo, e até uma certa estética, onde o jogo é expressivo e por vezes teatral, sobretudo no estilo angola. As raízes do termo mandingueiro seriam uma pessoa que tinha a habilidade mágica de evitar danos devido à proteção dos Orixás.

Alternativamente, Mandinga é uma maneira de dizer Mandinka (como na Nação Mandinka), que são conhecidos como "caçadores musicais". O que está diretamente ligado ao termo "vadiação". Vadiação é o andarilho musical (de flauta na mão), viajante, vagabundo.

Música

A música é parte integrante da capoeira. Ele define o ritmo e o estilo de jogo a ser jogado dentro da roda. Normalmente a música é formada por instrumentos e cantos. Os ritmos (toques), controlados por um instrumento típico chamado berimbau, variam de muito lentos a muito rápidos, dependendo do estilo da roda.

Instrumentos

Uma bateria de capoeira que mostra três berimbaus a reco-re e um pandeiro

Os instrumentos de capoeira são dispostos em uma fileira chamada bateria. É tradicionalmente formado por três berimbaus, dois pandeiros, três atabaques, um agogô e um ganzá, mas esse formato pode variar dependendo das tradições do grupo de capoeira ou do estilo da roda.

O berimbau é o instrumento principal, determinando o andamento e o estilo da música e do jogo tocado. Dois berimbaus graves (chamados berra-boi e médio) formam a base e um berimbau agudo (chamado viola) faz variações e improvisações. Os demais instrumentos devem seguir o ritmo do berimbau, podendo variar e improvisar um pouco, dependendo do estilo musical do grupo de capoeira.

Como os capoeiristas mudam significativamente seu estilo de jogo seguindo o toque do berimbau, que define a velocidade, estilo e agressividade do jogo, é verdadeiramente a música que impulsiona um jogo de capoeira.

Músicas

Muitas das canções são cantadas em formato de chamada e resposta, enquanto outras são em forma de narrativa. Os capoeiristas cantam sobre os mais variados assuntos. Algumas músicas são sobre história ou histórias de capoeiristas famosos. Outras canções tentam inspirar os jogadores a jogar melhor. Algumas músicas falam sobre o que está acontecendo na roda. Às vezes, as canções são sobre a vida ou o amor perdido. Outros têm letras alegres e divertidas.

Existem quatro tipos básicos de canções na capoeira, a Ladaínha, Chula, Corrido e Quadra. A Ladaínha é um solo narrativo cantado apenas no início de uma roda, muitas vezes por um mestre (mestre) ou capoeirista mais respeitado presente. O solo é seguido por uma louvação, um padrão de chamada e resposta que costuma agradecer a Deus e ao mestre, entre outras coisas. Cada chamada é geralmente repetida palavra por palavra pelos respondentes. A Chula é uma música onde a parte do cantor é muito maior que a resposta do refrão, geralmente oito versos do cantor para uma resposta do refrão, mas a proporção pode variar. O Corrido é uma música onde a parte do cantor e a resposta do refrão são iguais, normalmente dois versos por duas respostas. Por fim, a Quadra é uma música em que o mesmo verso é repetido quatro vezes, sejam três versos do cantor seguidos de uma resposta do refrão, seja um verso e uma resposta.

As canções de capoeira podem falar sobre praticamente qualquer coisa, seja sobre um fato histórico, um capoeirista famoso, fatos triviais da vida, mensagens escondidas para os jogadores, qualquer coisa. A improvisação é muito importante também, ao cantar uma música o cantor principal pode mudar a letra da música, contando algo que está acontecendo dentro ou fora da roda.

Estilos

A Copa da Capoeira de 1975

Definir estilos na capoeira é difícil, pois nunca houve uma unidade na capoeira original, ou um método de ensino antes da década de 1920. No entanto, uma divisão entre dois estilos e um subestilo é amplamente aceita.

Capoeira Angola

Capoeira de Angola refere-se a toda capoeira que mantém tradições anteriores à criação do estilo regional.

Existindo em muitas partes do Brasil desde os tempos coloniais, principalmente nas cidades do Rio de Janeiro, Salvador e Recife, é impossível dizer onde e quando a Capoeira Angola começou a tomar sua forma atual. O nome Angola vem desde o início da escravidão no Brasil, quando os africanos, levados para Luanda para serem embarcados para as Américas, eram chamados no Brasil de "negros de Angola", independentemente da sua nacionalidade. Em alguns lugares do Brasil, as pessoas se referem à capoeira como "jogar Angola" e, segundo Mestre Noronha, a escola de capoeira Centro de Capoeira Angola Conceição da Praia, criada na Bahia, já usava o nome Capoeira Angola ilegalmente no início da década de 1920.

O nome Angola foi finalmente imortalizado por Mestre Pastinha em 23 de fevereiro de 1941, quando inaugurou o Centro Esportivo de capoeira Angola (CECA). Pastinha preferia o lado lúdico do jogo ao invés do lado marcial, e era muito respeitado por reconhecidos mestres de capoeira. Logo muitos outros mestres adotariam o nome Angola, mesmo aqueles que não seguiriam o estilo de Pastinha.

O ideal da Capoeira Angola é manter a capoeira o mais próximo possível de suas raízes. Caracterizado por ser estratégico, com movimentos furtivos executados em pé ou próximo ao chão, dependendo da situação a enfrentar, valoriza as tradições da malícia, malandragem e imprevisibilidade da capoeira original.

A formação bateria típica de uma roda de Capoeira Angola é três berimbaus, dois pandeiros , um atabaque, um agogô e um ganzuá.

Capoeira Regional

A Capoeira Regional começou a tomar forma na década de 1920, quando Mestre Bimba conheceu seu futuro aluno, José Cisnando Lima. Ambos acreditavam que a capoeira estava perdendo seu lado marcial e concluíram que era preciso fortalecê-la e estruturá-la. Bimba criou suas sequências de ensino (combinações de ensino) e criou o primeiro método de ensino da capoeira. Aconselhado por Cisnando, Bimba decidiu chamar seu estilo de Luta Regional Baiana, pois a capoeira ainda era ilegal na época.

A base da capoeira regional é a capoeira original sem muitos dos aspectos impraticáveis em uma luta real, com menos subterfúgios e mais objetividade. O treino foca-se principalmente no ataque, esquiva e contra-ataque, dando grande importância à precisão e disciplina. Bimba também acrescentou alguns movimentos de outras artes, notadamente o batuque, um antigo jogo de luta de rua inventado por seu pai. O uso de saltos ou acrobacias aéreas é mínimo, já que um de seus alicerces é sempre manter pelo menos uma mão ou pé bem preso ao solo.

Capoeira Regional também introduziu o primeiro método de classificação na capoeira. A Regional tinha três níveis: calouro (calouro), formado (licenciado) e formado especializado (especialista). Depois de 1964, quando um aluno concluía um curso, ocorria uma cerimônia especial de comemoração, terminando com o professor amarrando um lenço de seda no pescoço do capoeirista.

As tradições da roda e do jogo de capoeira foram mantidas, sendo aproveitadas para colocar em prática o que foi aprendido durante o treinamento. A disposição dos instrumentos musicais, porém, foi alterada, passando a ser composta por um único berimbau e dois pandeiros.

A Luta Regional Baiana logo se tornou popular, mudando finalmente a imagem ruim da capoeira. Mestre Bimba fez muitas apresentações de seu novo estilo, mas a mais conhecida foi a feita em 1953 ao presidente brasileiro Getúlio Vargas, onde o presidente dizia: "A Capoeira é o único esporte administrativo nacional" (A capoeira é o único esporte verdadeiramente nacional).

Capoeira Contemporânea

Na década de 1970 começou a tomar forma um estilo misto, com os praticantes a tomarem as vertentes que consideravam mais importantes tanto do Regional como de Angola. Notavelmente mais acrobático, esse subestilo é visto por alguns como a evolução natural da capoeira, por outros como uma adulteração ou mesmo uma má interpretação da capoeira.

Atualmente o rótulo Contemporânea aplica-se a qualquer grupo de capoeira que não siga os estilos Regional ou Angola, mesmo aqueles que misturam a capoeira com outras artes marciais. Alguns grupos notáveis cujo estilo não pode ser descrito como Angola ou Regional, mas sim "um estilo próprio", incluem Senzala de Santos, Cordão de Ouro e Abada. No caso do Cordão de Ouro, o estilo pode ser descrito como "Miudinho", um jogo baixo e rápido, enquanto no Senzala de Santos o estilo pode ser descrito simplesmente como "Senzala de Santos" 34;, uma combinação elegante e divertida de Angola e Regional. A capoeira abada pode ser descrita como um estilo de capoeira mais agressivo e menos influenciado pela dança.

Classificações

Por sua origem, a capoeira nunca teve uma unidade ou um acordo geral. O sistema de classificação ou graduação segue o mesmo caminho, pois nunca existiu um sistema de classificação aceito pela maioria dos mestres. Isso significa que o estilo de formatura varia de acordo com as tradições do grupo. O sistema moderno mais comum utiliza cordas coloridas, chamadas de corda ou cordão, amarradas na cintura. Alguns mestres usam sistemas diferentes, ou mesmo nenhum sistema. Num número substancial de grupos (principalmente da escola de Angola) não existe um sistema hierárquico visível. Podem ainda existir vários escalões: aluno, treinel, professor, contra-mestre e mestre, mas muitas vezes sem cordas (cintos).

Existem muitas entidades (ligas, federações e associações) com sistema de graduação próprio. O mais usual é o sistema da Confederação Brasileira de Capoeira, que adota cordas usando as cores da bandeira brasileira, verde, amarelo, azul e branco. No entanto, a Confederação Brasileira de Capoeira não é amplamente aceita como a principal representante da capoeira.

Sistema da Confederação Brasileira de Capoeira

Fonte:

Sistema infantil (3 a 14 anos)

  • 1o estágio: Iniciante - Sem cor
  • 2a etapa: Batido! (Baptizado) - Cinza verde/luz
  • 3a etapa: Graduado (Graduado) - Amarelo / cinza claro
  • 4a etapa: Adaptação (Adept) - Cinza azul/luz
  • 5a etapa: Intermediário (Intermediário) - Cinzento verde/amarelo
  • 6a etapa: Avançado (Avançado) - Verde/azul / cinza claro
  • 7a etapa: Estagiário (Trainee) - Amarelo / verde / azul / cinza claro

Sistema adulto (acima de 15)

  • 8a etapa: Iniciante - Sem cor
  • 9a etapa: Batido! (Baptizado) - Verde
  • 10a etapa: Graduado (Graduado) - Amarelo
  • 11a etapa: Adaptação (Adepto) - Azul
  • 12a etapa: Intermediário (Intermediário) - Verde
  • 13a etapa: Avançado (Avançado) - Verde/azul
  • 14a etapa: Estagiário (Trainee) - Amarelo/azul

Instrutores' sistema

  • 15a etapa: Formado (Graduado) - Amarelo/verde/azul
  • 16a etapa: Monitorização (Monitor) - Branco/Verde
  • 17a etapa: Instrutor (Instrutor) - Branco/amarelo
  • 18a etapa: Contra-estre (Foreman) - Branco/azul
  • 19a etapa: Mestre (Mestre) - Branco

Atividades relacionadas

Embora essas atividades estejam fortemente associadas à capoeira, elas têm significados e origens diferentes.

Samba de roda

Realizado por muitos grupos de capoeira, o samba de roda é uma dança tradicional brasileira e uma forma musical que tem sido associada à capoeira por muitas décadas. A orquestra é composta por pandeiro, atabaque, berimbau-viola, chocalho, acompanhados de canto e palmas. O Samba de roda é considerado uma das formas primitivas do Samba moderno.

Maculelê

Originalmente, acredita-se que o Maculelê tenha sido um estilo indígena de luta armada, usando dois bastões ou um facão. Hoje em dia é uma dança folclórica praticada com pesada percussão brasileira. Muitos grupos de capoeira incluem Maculelê em suas apresentações.

Puxada de rede

Puxada de Rede é uma peça teatral folclórica brasileira, vista em muitas apresentações de capoeira. É baseado em uma lenda tradicional brasileira envolvendo a perda de um pescador em um acidente marítimo.

Desenvolvimento esportivo

A capoeira está sendo usada atualmente como uma ferramenta no desenvolvimento esportivo (o uso do esporte para criar uma mudança social positiva) para promover o bem-estar psicossocial em vários projetos juvenis ao redor do mundo. Capoeira4Refugees é uma ONG sediada no Reino Unido que trabalha com jovens em zonas de conflito no Oriente Médio. Capoeira pela Paz é um projeto sediado na República Democrática do Congo. A Fundação Nukanti trabalha com crianças de rua na Colômbia. Capoeira Maculelê tem projetos sociais de promoção de artes culturais para o bem-estar na Colômbia, Angola, Brasil, Argentina, EUA entre outros.

MMA

Muitos lutadores brasileiros de artes marciais mistas têm um histórico de capoeira, treinando com frequência ou tendo experimentado antes. Alguns deles são Anderson Silva, que é faixa-amarela, treinou capoeira desde jovem, depois voltou quando era lutador do UFC; Thiago Santos, um peso médio ativo do UFC que treinou capoeira por 8 anos; O ex-campeão Peso Pesado do UFC Júnior dos Santos, que treinou capoeira quando criança e incorpora suas técnicas de chute e movimento em seu pé; Marcus "Lelo" Aurélio, famoso por nocautear lutador com chute Meia-lua de Compasso, e os veteranos do UFC José Aldo e André Gusmão também usam a capoeira como base.

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