Afonso III de Portugal

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Rei de Portugal

Afonso III (Pronúncia do português: [ɐˈfõsu]; raras alternativas em inglês: Alphonzo ou Alphonse), ou Affonso (português arcaico), Alfonso ou Alphonso (português-galego) ou Alphonsus (latim), o Boulonnais (Port. o Bolonhês), Rei de Portugal (5 de maio de 1210 – 16 de fevereiro de 1279) foi o primeiro a usar o título Rei de Portugal e do Algarve, de 1249. Era o segundo filho de D. Afonso II de Portugal e de sua mulher, Urraca de Castela; ele sucedeu seu irmão, o rei Sancho II de Portugal, que morreu em 4 de janeiro de 1248.

Infância

Afonso nasceu em Coimbra. Como o segundo filho de D. Afonso II de Portugal, não era esperado que ele herdasse o trono, que estava destinado a ir para seu irmão mais velho, Sancho.

Ele viveu principalmente na França, onde se casou com a condessa Matilda II de Boulogne em 1238, tornando-se assim conde de Boulogne, Mortain, Aumale e Dammartin-en-Goële jure uxoris.

Reinar

Em 1246, os conflitos entre seu irmão, o rei, e a igreja tornaram-se insuportáveis. Em 1247, o Papa Inocêncio IV ordenou que Sancho II fosse removido do trono e substituído pelo Conde de Boulogne. Afonso, naturalmente, não recusou a ordem papal e consequentemente marchou para Portugal. Como Sancho não era um rei popular, a ordem não foi difícil de cumprir e ele fugiu no exílio para Toledo, Castela, onde morreu em 4 de janeiro de 1248. Até a morte de seu irmão e sua própria coroação, Afonso manteve e usava o título de Visitador, Curador e Defensor do Reino (Supervisor, Curador e Defensor do Reino).

Para subir ao trono, Afonso abdicou dos seus direitos ao condado de Boulogne em 1248. Em 1253, divorciou-se de Matilde para casar com Beatriz de Castela, filha ilegítima de Afonso X, rei de Castela, e do alcaide Guillén de Guzmán.

Determinado a não cometer os mesmos erros do irmão, D. Afonso III prestou especial atenção ao que dizia a classe média, composta por comerciantes e pequenos proprietários de terras. Em 1254, na cidade de Leiria, realizou a primeira sessão das Cortes, assembleia geral composta pela nobreza, classe média e representantes de todos os municípios. Ele também fez leis destinadas a impedir que as classes altas abusassem da parte menos favorecida da população. Lembrado como administrador notável, D. Afonso III fundou várias vilas, outorgou o título de cidade a muitas outras e reorganizou a administração pública.

Afonso mostrou uma visão extraordinária para a época. As medidas progressivas tomadas durante seu reinado incluem: representantes da plebe, além da nobreza e do clero, estiveram envolvidos na governança; o fim das prisões preventivas de forma que doravante todas as prisões tenham que ser apresentadas previamente a um juiz para determinar a medida de detenção; e inovação fiscal, como a negociação de impostos extraordinários com as classes mercantis e tributação direta da Igreja, em vez da degradação da cunhagem. Isso pode ter levado à sua excomunhão pela Santa Sé e possivelmente precipitado sua morte, e a ascensão prematura de seu filho Denis ao trono com apenas 18 anos de idade.

Seguro no trono, D. Afonso III procedeu então à guerra contra as comunidades muçulmanas que ainda prosperavam no sul. No seu reinado o Algarve passou a fazer parte do reino, na sequência da captura de Faro.

Anos finais e morte

Após a vitória contra os mouros, D. Afonso III teve de lidar com uma situação política relativa às fronteiras do país com Castela. O reino vizinho considerou que as terras recém-adquiridas do Algarve deveriam ser castelhanas, e não portuguesas, o que levou a uma série de guerras entre os dois reinos. Finalmente, em 1267, foi assinado em Badajoz o Tratado de Badajoz (1267), determinando que a fronteira sul entre Castela e Portugal fosse o rio Guadiana, como é hoje.

Afonso morreu em Alcobaça, Coimbra ou Lisboa, aos 68 anos.

Casamentos e descendentes

A primeira esposa de Afonso foi Matilde II, condessa de Boulogne, filha de Renaud, conde de Dammartin, e Ida, condessa de Boulogne. Eles não tiveram filhos sobreviventes. Ele se divorciou de Matilda em 1253 e, no mesmo ano, casou-se com Beatriz de Castela, filha ilegítima de Afonso X, rei de Castela, e do prefeito Guillén de Guzmán.

NomeNascimentoMorteNotas
Por Matilda II de Boulogne (C.1202–1262; casado em 1239)
Por Beatrice de Castela (1242-1303; casado em 1253)
Blanche25 de Fevereiro de 125917 de Abril de 1321Senhora de Las Huelgas
Dinis9 de Outubro de 12617 de Janeiro de 1325Sucedeu-o como Denis, 6o Rei de Portugal. Casada Infanta Elizabeth de Aragão.
Afonso8 de Fevereiro de 12632 de Novembro de 1312Senhor de Portalegre. Casado Infanta Violante Manuel (filha de Manuel de Castela).
Sancha2 de Fevereiro de 1264C.1302
Maria Maria Maria1265C.1266
Vicente12681268
Fernando12691269
Por Madragana (Mor Afonso) (C.1230-?
Martim Afonso ChichorroC.1250A. 1313Filho natural; Casado Inês Lourenço de Valadares.
Urraca AfonsoC.1260?Filha natural; Casado duas vezes: 1o a D. Pedro Anes de Riba Vizela, 2o a João Mendes de Briteiros
Por Maria Peres de Enxara (?-?)
Afonso DinisC.1260A. 1310Filho natural; Casado com D. Maria Pais Ribeira, Senhora da Casa de Sousa.
Outros prole natural
Leonor Afonso (nun)?1259Filha natural; Núm no Mosteiro de Santa Clara de Santarém.
Fernando Afonso??Filho natural; Cavaleiro da Ordem do Hospital.
Gil Afonso125031 de Dezembro de 1346Filho natural; Cavaleiro da Ordem do Hospital.
Rodrigo Afonso de Santarém1258sobre 12 Maio 1272Filho natural; Prior da cidade de Santarém.
Leonor AfonsoC.12501291Uma filha natural. Casado duas vezes: 1o a D. Estevão Anes de Sousa (sem edição), 2o a D. Gonçalo Garcia de Sousa, Conde de Neiva (sem edição).
Urraca Afonso (nun)12504 de Novembro de 1281Filha natural; Núm no Mosteiro de Lorvão.

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