Transporte no Brasil
Infraestrutura de transporte no Brasil é caracterizada por fortes diferenças regionais e falta de desenvolvimento da rede ferroviária nacional. A economia em rápido crescimento do Brasil e, especialmente, o crescimento das exportações, colocarão demandas crescentes nas redes de transporte. No entanto, novos investimentos consideráveis que devem resolver alguns dos problemas estão planejados ou em andamento. É comum fazer viagens domésticas de avião porque o preço é baixo. O Brasil tem o segundo maior número de aeroportos do mundo, depois dos EUA.
Ferrovias
A malha ferroviária brasileira tem uma extensão de cerca de 30.000 km (18.641 mi). É basicamente utilizado para o transporte de minérios. Normalmente, o setor ferroviário era tratado de forma secundária no Brasil, devido a dificuldades logísticas, econômicas ou políticas para instalar mais ferrovias.
O sistema ferroviário brasileiro teve uma grande expansão entre 1875 e 1920. O auge do modal ferroviário foi interrompido durante o governo de Getúlio Vargas, que priorizou o modal rodoviário. Na década de 1940, a malha ferroviária já enfrentava diversos problemas, desde locomotivas de baixa potência até traçados antieconômicos. Em 1957, foi criada uma empresa estatal, a Rede Ferroviária Nacional (RFFSA), que passou a administrar 18 ferrovias na União. Várias ferrovias deficitárias foram fechadas sob a promessa de investimento do Estado em novos projetos, o que não aconteceu. As ações ficaram centralizadas no governo até a abertura do mercado em 1990. Assim, foi instituído o Plano Nacional de Desestatização, com dezenas de concessões sendo feitas. No entanto, acabaram concentrando as ferrovias, principalmente, em três grandes grupos empresariais, América Latina Logística (ALL), Vale S.A. e MRS Logística. A reforma gerou aumento de produtividade (cargas transportadas aumentaram 30% com a mesma linha férrea). No entanto, o principal problema foi que a reforma não só cedeu a linha férrea, mas também a exclusividade geográfica. Isso resultou na não criação de incentivos competitivos para a expansão e renovação da rede existente. Com o Estado mantendo a abertura de novas ferrovias um processo difícil, lento e burocrático, pois mantém o monopólio total do poder sobre esse setor, as ferrovias não se expandiram mais no país, e o setor estava muito defasado.
Em 2021 foi criado o Novo Regime dos Caminhos-de-Ferro, permitindo a construção de caminhos-de-ferro mediante autorização, tal como ocorre na exploração de infraestruturas em setores como as telecomunicações, a eletricidade e os portos. Também é possível autorizar a exploração de trechos não implantados, ociosos, em processo de devolução ou desativação. Com a mudança das regras do setor, em dezembro de 2021, já havia pedidos de abertura de 15.000 km (9.321 mi) de novos trilhos, em 64 pedidos de implantação de novas ferrovias. Nove novas ferrovias já haviam sido autorizadas pelo Governo Federal, em 3.506 km (2.179 mi) de novos trilhos.
- Rede real total: 29.888 km de caminho de ferro e 1,411 km de metro e trilho de luz
- Amplo calibre: 4,932 km 1,600 mm (5 pés 3 em) calibre (939 km eletrificado)
- Manômetro estreito: 23.341 km 1.000 mm (33+3?8em) calibre (24 km eletrificado)
- Manômetro duplo: 396 km 1000 mm e 1600 mm de calibre (três trilhos)
- Manômetro padrão: 194 km 1,435 mm (4 ft8+1?2em(2014)
- Estrada de Ferro do Amapá no meio da Floresta Amazônica também usou manômetro padrão.
- Uma seção de 12 km do antigo 2 pés 6 em (762 mm) O calibre Estrada de Ferro Oeste de Minas é mantido como uma ferrovia patrimonial.
Metrô e VLT (combinado)
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Nota (*): Transit Light Rail, Metro Light, Tram ou Subway-Surface totalmente ou parcialmente operado
Ligações ferroviárias com países adjacentes
Existem ligações ferroviárias internacionais entre Brasil e Argentina, Bolívia e Uruguai.
Eléctricos
O Brasil tinha cem sistemas de bondes. Atualmente, existem bondes antigos operando em Belém, Campinas, Campos do Jordão, Itatinga, Rio de Janeiro e Santos.
Rodovias
O Brasil tem mais de 1.720.700 km (1.069.193 mi) de estradas, das quais 213.452 km (132.633 mi) são pavimentadas (12,4%) e cerca de 14.000 km (8.699 mi) são rodovias divididas. O total de estradas pavimentadas aumentou de 35.496 km (22.056 mi) em 1967 para 215.000 km (133.595 mi) em 2018. As duas rodovias mais importantes do país são a BR-101 e a BR-116.
Embora o Brasil tenha a maior malha viária duplicada da América Latina, ela é considerada insuficiente para as necessidades do país: em 2021, calculou-se que a quantidade ideal de vias duplicadas seria algo em torno de 35 mil km (21.748 mi) a 42.000 km (26.098 mi). Os principais eixos rodoviários também apresentam problemas, pois muitas vezes apresentam geometria inadequada e características construtivas que não permitem escoamento de longa distância com qualidade (não interferência do tráfego local e alta velocidade). O Governo Federal brasileiro nunca implementou um Plano Rodoviário Nacional no mesmo nível de países desenvolvidos como Estados Unidos, Japão ou países europeus, que visam especificamente o deslocamento inter-regional, e que devem ser atendidos preferencialmente por rodovias (o que diferiria de as rodovias comuns duplicadas por padrão geométrico, controle de acesso sem acesso aos lotes vizinhos, passagens de nível zero e retornos, proibição de circulação de veículos não motorizados como ciclistas, tração animal ou propulsão humana, conforme a Convenção de Viena). O Estado brasileiro, apesar de alguns esforços de planejamento, tem se pautado por uma ação reativa ao aumento da demanda (apenas duplicando algumas vias com traçado antigo e inadequado) e não por uma visão proposital, direcionando a ocupação e o adensamento econômico do território. Outro problema é a falta de direcionamento do Orçamento da União para obras de infraestrutura: no Brasil não há lei que garanta recursos do Orçamento Federal para obras em rodovias e outros modais de transporte (ao contrário do que ocorre em setores como Educação e Saúde), dependendo exclusivamente da boa vontade dos governantes. Nos EUA, por exemplo, o imposto sobre a gasolina só pode ser usado para obras de infraestrutura de transporte. O Brasil chegou a investir 1,5% do orçamento do país em infraestrutura na década de 1970, sendo a época em que mais se investiu em rodovias; mas na década de 1990, apenas 0,1% do orçamento foi investido neste setor, mantendo uma média de 0,5% nas décadas de 2000 e 2010, valores insuficientes para a construção de uma malha viária adequada. Para efeitos de comparação, o investimento médio dos EUA e da União Europeia foi de 1% entre 1995 e 2013, embora já tenham uma infraestrutura rodoviária muito mais avançada que a brasileira.
O país tem uma taxa média de propriedade de carros de 471 por 1000 pessoas, porém, em comparação com as outras economias em desenvolvimento do grupo BRIC, o Brasil supera a Índia e a China.
O país ainda tem vários estados onde o acesso pavimentado a 100% dos municípios do estado ainda não foi alcançado. Alguns estados têm 100% das cidades com acesso asfaltado, como Santa Catarina, que atingiu essa meta em 2014; Paraíba, que atingiu essa meta em 2017, e Alagoas, que atingiu essa meta em 2021 Em estados como o Rio Grande do Sul, em 2020, ainda havia 54 cidades sem acesso por asfalto. No Paraná, em 2021, ainda havia 4 cidades sem acesso por asfalto. Em Minas Gerais, em 2016, ainda havia 5 cidades sem acesso asfáltico.
Caminhos de água
50.000 km navegáveis (a maioria em áreas distantes da indústria ou da população) (2012)
Dentre as principais hidrovias brasileiras, duas se destacam: a Hidrovia Tietê-Paraná (que tem 2.400 km de extensão, sendo 1.600 km no rio Paraná e 800 km no rio Tietê, escoando a produção agrícola dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e parte de Rondônia, Tocantins e Minas Gerais) e Hidrovia do Solimões-Amazonas (tem dois trechos: Solimões, que se estende de Tabatinga a Manaus, com aproximadamente 1600 km, e Amazonas, que se estende de Manaus a Belém, com 1650 km. Quase todo o transporte de passageiros da planície amazônica é feito por esta hidrovia, além de praticamente todo o transporte de cargas que é direcionado aos grandes centros regionais de Belém e Manaus). No Brasil, esse transporte ainda é subutilizado: os trechos hidroviários mais importantes, do ponto de vista econômico, encontram-se nas regiões Sudeste e Sul do país. Seu pleno aproveitamento ainda depende da construção de eclusas, grandes obras de dragagem e, principalmente, de portos que permitam a integração intermodal.
Pipelines
- condensado/gás 62 km
- gás natural 11,696 km (1,165 km de distribuição, 4,794 km de transporte)
- gás de petróleo líquido 353 km (distribuição de 37 km, 40 km de transporte)
- petróleo bruto 4,517 km (1,985 km de distribuição)
- produtos refinados 5,959 km (1,165 km de distribuição, 4,794 km de transporte)
Portos marítimos e ancoradouros
O porto mais movimentado do país, e o 2º mais movimentado de toda a América Latina, perdendo apenas para o Porto de Colón, é o Porto de Santos. Outros portos de grande movimentação são o Porto do Rio de Janeiro, Porto de Paranaguá, Porto de Itajaí, Porto do Rio Grande, Porto de São Francisco do Sul e Porto de Suape.
Oceano Atlântico
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Rio Amazonas
- Belém
- Manaus
- Santarém
Rio Paraguai (via fluvial internacional)
- Corumbá
Marinha mercante
770 navios (1.000 tonelagem bruta (GT) (ou mais) totalizando 3.964.808 GT/9.909.094 toneladas de porte bruto (DWT)
navios por tipo: (1999, 2019 e 2021 est.)
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Aeroportos
O país possui o segundo maior número de aeroportos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. São Paulo/Guarulhos, é a maior e mais movimentada do país. O Brasil possui 37 aeroportos internacionais, como os do Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Florianópolis, Cuiabá, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém e Manaus, entre outros.
A maioria dos voos internacionais deve ir para o Aeroporto Internacional de São Paulo–Guarulhos ou Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro–Galeão. Belo Horizonte é o principal aeroporto internacional fora do Rio de Janeiro e de São Paulo. Alguns vão para Brasília, Recife, Natal e, recentemente, Fortaleza passou a aceitar vôos internacionais.
Em 2020, o Brasil tinha o oitavo maior mercado aéreo de passageiros do mundo.
Aeroportos - com pistas pavimentadas
- total: 698
- mais de 3,047 m: 7
- 2,438 a 3.047 m: 27
- 1,524 a 2,437 m: 179
- 914 a 1,523 m: 436 (2017)
- sob 914 m: 39 (2017)
Aeroportos - com pistas não pavimentadas
- total: 3,395
- 1,524 a 2,437 m: 92
- 914 a 1,523 m: 1,619
- sob 914 m: (2013)
Principais companhias aéreas
- Brasil Airlines
- Linhas Aéreas Inteligentes
- LATAM Brasil
- Linhas Aéreas
Heliportos
- 16 (2007)
- 13 (2010)
- (2013)